qua. set 10th, 2025
Parlamento Europeu avalia sanções com base na Lei Magnitsky

Após as sanções impostas pelos EUA com base na Lei Magnitsky, Alexandre de Moraes pode agora enfrentar medidas semelhantes da União Europeia por alegadas violações de direitos humanos.


O que é a Lei Magnitsky e por que ela se aplica ao caso de Alexandre de Moraes?

A Lei Magnitsky é uma legislação originalmente aprovada nos Estados Unidos em 2012, criada para sancionar indivíduos estrangeiros envolvidos em corrupção ou violações de direitos humanos. Em 2016, ela foi expandida para se tornar a Global Magnitsky Act, permitindo a aplicação de sanções a qualquer pessoa no mundo que infrinja esses princípios.

Essa lei se tornou uma das principais ferramentas de política externa dos EUA para coibir abusos de poder em regimes autoritários. Ela permite:

  • Congelamento de bens e ativos;
  • Restrições financeiras e comerciais;
  • Proibição de entrada em território americano.

Sanções dos EUA contra Alexandre de Moraes: o gatilho internacional

Após o anúncio das sanções pelos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a medida ganhou repercussão internacional. As punições foram fundamentadas na Lei Magnitsky, com base em acusações do Departamento do Tesouro americano, que responsabiliza Moraes por práticas como censura a veículos de imprensa e perfis em redes sociais, prisões arbitrárias de opositores e violações de liberdades civis, especialmente a liberdade de expressão.

Diante disso, autoridades e parlamentares de outros países, especialmente da União Europeia, passaram a considerar ações semelhantes.


União Europeia pode aplicar sua própria Lei Magnitsky

A União Europeia possui um mecanismo próprio, semelhante ao dos EUA: o Regulamento Global de Sanções por Direitos Humanos, aprovado em 2020. Essa legislação permite que o bloco imponha penalidades a pessoas ou entidades que cometam graves violações dos direitos humanos.

Logo após o anúncio americano, o eurodeputado Dominik Tarczyński, da Polônia, declarou que, junto a outros 15 membros do Parlamento Europeu, enviou uma carta à Alta Representante da UE para Relações Exteriores, Kaja Kallas.

Conteúdo da carta dos eurodeputados

O documento pede que o Conselho da UE considere sanções contra Alexandre de Moraes e seus aliados no STF. A argumentação se baseia em denúncias de autoritarismo, censura e uso político do Poder Judiciário brasileiro. Tarczyński afirmou que as ações do ministro configuram “violações flagrantes dos direitos humanos” e um ataque direto ao Estado de Direito.


Comparativo entre sanções da Lei Magnitsky nos EUA e UE

SançõesEUA (Global Magnitsky Act)UE (Regulamento de 2020)
Congelamento de bens e ativos
Proibição de entrada
Restrição de transações financeiras
Aplicação a entidades (empresas)
Impacto direto em acordos diplomáticos

Essas similaridades indicam que a União Europeia possui ferramentas jurídicas plenas para replicar as medidas já impostas pelos EUA.


Desdobramentos possíveis das sanções europeias

Se a União Europeia decidir aplicar sanções com base na Lei Magnitsky, Moraes pode enfrentar:

  • Inclusão em listas de sanções do bloco europeu;
  • Proibição de entrada em todos os 27 países-membros da UE;
  • Bloqueio de bens e contas mantidas na Europa;
  • Risco de enfraquecimento das relações diplomáticas Brasil-Europa.

Embora nenhuma decisão oficial tenha sido anunciada até o momento, o movimento dos eurodeputados representa um marco na política internacional, colocando um membro da mais alta corte brasileira sob escrutínio global.


A Lei Magnitsky e sua influência crescente no cenário internacional

Desde sua criação, a Lei Magnitsky se tornou uma das principais ferramentas de dissuasão diplomática do Ocidente contra regimes e autoridades que atentam contra os direitos humanos. Países como Reino Unido, Canadá, Austrália e Lituânia também adotaram legislações semelhantes.

A possível inclusão de Alexandre de Moraes em outras listas de sanções internacionais pode:

  • Ampliar seu isolamento fora do Brasil;
  • Dificultar transações em moeda estrangeira;
  • Expor o Brasil a críticas em organismos multilaterais.

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By O parnaibano

O parnaibano é um observador atento dos acontecimentos em Parnaíba e região, comprometido em manter a população bem informada e inspirada a contribuir para o crescimento e a prosperidade da nossa planície litorânea.

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