
A prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, ocorrida na madrugada desta sexta-feira (25), rapidamente tomou conta dos noticiários nacionais. Condenado a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Collor foi detido em Maceió por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, a operação despertou mais do que manchetes: acendeu alertas sobre o momento em que ela foi executada — e, principalmente, sobre o que ela pode estar escondendo.
Nos bastidores de Brasília, cresce a percepção de que a prisão de Collor foi estratégica, funcionando como uma cortina de fumaça conveniente para o STF, que nos últimos dias enfrentava forte desgaste por uma ação considerada abusiva: a intimação do ex-presidente Jair Bolsonaro enquanto ele estava internado em uma UTI. O gesto foi criticado até mesmo por juristas que tradicionalmente apoiam a atuação do Supremo, sendo visto como uma escalada autoritária e insensível.

Além disso, a prisão do ex-presidente ocorre no mesmo período em que veio à tona o maior escândalo financeiro da história do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS): o desvio bilionário de cerca de R$ 6,3 bilhões por meio de descontos fraudulentos em aposentadorias. O caso envolveu associações e sindicatos que, com a anuência de servidores do INSS, descontavam valores indevidos dos benefícios de milhões de aposentados sem qualquer autorização legal. Apesar da gravidade, o caso foi rapidamente ofuscado pela imagem midiática e simbólica da prisão de Collor.

Para analistas políticos, os tempos e os símbolos não são coincidência. Prender um ex-presidente sempre gera comoção. E no dia seguinte à revelação de um desvio bilionário que atinge diretamente a população mais vulnerável do país, o timing é, no mínimo, questionável.
A prisão de Collor — embora juridicamente fundamentada — pode ter sido usada politicamente para desviar os holofotes de dois fatos que abalaram a credibilidade das instituições: a atuação desproporcional do STF contra Bolsonaro e a omissão do Estado no esquema de corrupção que saqueou o INSS. Com isso, a opinião pública se concentra em um “troféu midiático” enquanto perde de vista escândalos mais recentes e com consequências diretas na vida do cidadão.
Em um país com tradição de espetáculos jurídicos e narrativas montadas, a dúvida persiste: Collor foi preso por justiça ou por conveniência?
E mais importante: quem está se beneficiando com o silêncio sobre os R$ 6 bilhões desviados do bolso dos aposentados?
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