A Operação Jogo Sujo 3 investiga influenciadores que promoviam jogos de azar em Teresina com contas falsas e marketing digital— entenda.
A operação e os alvos investigados
A Operação Jogo Sujo 3, deflagrada pela Polícia Civil do Piauí neste 25 de setembro, resultou no cumprimento de oito mandados judiciais em diferentes zonas de Teresina. A ação, parte do programa estratégico Pacto Pela Ordem, mirou influenciadores e empresários acusados de promover jogos de azar em Teresina por meio das redes sociais.
Entre os investigados estão a empresária Nayanna Fonseca, detida em um condomínio de luxo, e o casal de DJs conhecido como Latina Gold e Loboox, que, segundo a polícia, movimentaram milhões de reais em apostas ilegais. Também foi presa Nathalya Therccia Ribeiro, apontada como integrante do grupo. Com os alvos, foram apreendidos bens de alto valor e documentos que reforçam as provas de envolvimento no esquema.


O esquema de apostas ilegais
De acordo com o Departamento de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), os suspeitos criavam perfis falsos e utilizavam as chamadas “contas demo”( contas de demonstração) para simular ganhos fictícios em plataformas de apostas online. O objetivo era induzir seguidores a acreditar em lucros rápidos e fáceis, atraindo-os para esquemas fraudulentos.
A estratégia incluía forte atuação em marketing digital, com uso de redes sociais para alcançar um público amplo, principalmente jovens. O delegado Humberto Mácola, coordenador do DRCC, alertou para os riscos de confiar em plataformas não regulamentadas: “É importante desconfiar de promessas de ganhos fáceis. Essas práticas são frequentemente usadas para enganar e prejudicar financeiramente as vítimas.”
Além da exploração de jogos ilegais, a investigação aponta indícios de organização criminosa e lavagem de dinheiro, já que os valores movimentados pelos investigados eram de origem duvidosa.
Casos semelhantes em Parnaíba
A Operação Jogo Sujo 3 não é um episódio isolado. Recentemente, a Polícia Civil deflagrou também a Operação Laverna, em Parnaíba, que investigou três influenciadoras digitais responsáveis por divulgar o popular “Jogo do Tigrinho”. Segundo as apurações, elas teriam movimentado cerca de R$ 10 milhões em um ano, utilizando a visibilidade nas redes sociais para promover cassinos virtuais disfarçados de jogos de entretenimento.

Assim como em Teresina, o caso chamou atenção pelo uso da influência digital para induzir seguidores a apostas sem regulamentação, expondo-os a riscos financeiros e psicológicos. Para a polícia, o combate aos crimes virtuais e aos jogos de azar online seguirá como prioridade, já que essas práticas vêm se expandindo com grande rapidez.
O avanço dos jogos de azar também expõe uma realidade preocupante: o crescimento do consumo de apostas online entre jovens e adultos em busca de melhorar sua condição financeira. Com a popularização das redes sociais, esse tipo de prática encontrou um espaço fértil para se espalhar, já que as promessas de lucro rápido e a ostentação dos influenciadores criam uma falsa sensação de oportunidade e sucesso fácil, quando, na realidade, escondem riscos elevados e perdas quase inevitáveis.
Operação Jogo Sujo 3: influenciadores e a ilusão dos jogos de azar
Os desdobramentos da Operação Jogo Sujo 3 revelam mais do que a simples existência de plataformas de apostas ilegais: mostram como influenciadores digitais têm usado sua visibilidade para persuadir seguidores a acreditarem em ganhos fáceis. Por trás da promessa de enriquecimento rápido, muitos acabam entrando em um ciclo de dependência, perdendo dinheiro, bens e até a própria estabilidade emocional. Há relatos de pessoas que, ao apostar tudo o que possuíam, enfrentaram graves consequências, chegando a comprometer a própria vida diante do desespero financeiro.
Embora ninguém seja obrigado a apostar, a forma de comunicação utilizada por esses influenciadores — baseada em demonstrações falsas de sucesso, ostentação e discursos sedutores — exerce forte poder de convencimento. Em um cenário de dificuldades econômicas, até quem nunca havia cogitado participar desses esquemas pode ser levado a arriscar suas finanças em plataformas ilegais. O impacto é devastador, tanto individualmente quanto socialmente, e expõe a urgência de um debate sobre a responsabilidade de quem lucra enganando seguidores em situação de vulnerabilidade.
ídeos de todas as notícias em nosso Instagram: INSTAGRAM O PARNAIBANO
Proteja seu veículo com a Tatical Rastreio: Clique na imagem abaixo.
